Monte Carlo, 11 de maio de 1975
Os treinos.
Apenas 18 pilotos largariam em Mônaco.
Wilson Fittipaldi Jr estava com o 22o tempo.
Durante a sua tentativa de melhorar o tempo, seu carro, o Copersucar-Fittipaldi, apresentou um problema elétrico e parou na pista.
No
lado oposto aos boxes.
Ele mesmo trocou o distribuidor.
Levou 40 minutos executando a tarefa e perdeu qualquer possibilidade de classificação.
José Carlos Pace, com o seu Brabham BT44, fez um treino razoável e obteve a oitava posição no grid.
Emerson Fittipaldi teve problemas de acerto do McLaren M23.
Ele largaria em 9o lugar, o que não é nada agradável em Mônaco.
Niki Lauda, a bordo a Ferrari 312T, apresentava-se como franco favorito ao conseguir o melhor tempo do treino.
A surpresa agradável do treino foi o desempenho dos dois Shadow DN5.
Os dois pilotos do time conquistaram o segundo e o terceiro lugar, com Tom Pryce e Jean Pierre Jarier, respectivamente.
E, além de tudo, o carro era lindo.
Ronnie Peterson ( 4o lugar ), Brambilla, Regazzoni e Scheckter classificaram-se a seguir.
Domingo.
Chovia.
Garoa fina.
Largaram.
Lauda, como sempre, largou muito bem e manteve a primeira colocação.
Jean Pierre Jarier bateu, ainda na primeira volta, e ficou fora da corrida.
Na terceira volta, Lauda aumentava a distância.
Em
segundo, fazendo uma corrida espetacular, vinha Peterson, com a sua
Lotus.
Na terceira posição, encontramos o Shadow de Tom Pryce.
A corrida chegava a sétima volta e Emerson ultrapassava José Carlos Pace.
Mais algumas voltas e foi a vez de Tom Pryce bater.
O piloto do Shadow estava andando de lado e bateu.
Os dois Shadow estavam fora da corrida.
Lauda continuava firme na ponta.
Peterson em segundo.
Scheckter em terceiro.
Em quarto, fiel ao seu estilo, Emerson ia crescendo na prova.
Emerson Fittipaldi chegou em Scheckter.
O brasileiro tentou, várias vezes, ultrapassar Scheckter.
Sem êxito.
Aí, meus amigos, parou de chover.
Em poucas voltas a pista secou.
Os pilotos entraram nos boxes para colocar pneus lisos.
E ali, nos boxes, muita coisa mudou.
Lauda, o líder folgado, teve os pneus do seu carro trocados em 31 segundos.
Os mecânicos da Lotus de Peterson trocaram os pneus em intermináveis 60 segundos.
Jody Scheckter perdeu 40 segundos.
A equipe Brabham levou ótimos 32 segundos para trocar os pneus do carro de José Carlos Pace.
E a campeoníssima foi a equipe McLaren, trocando os pneus do carro de Emerson Fittipaldi em recordes 25 segundos.
As posições, depois de todos os pilotos voltarem a pista, eram as seguintes:
1 – Lauda
2 – Emerson ( 30 segundos depois )
3 – Pace ( 8 segundos atrás de Emerson )
4 – Scheckter ( 3 segundos de Pace )
5 – Peterson ( 10 segundos de Scheckter )
Mudou tudo, não é?
Lauda, tranqüilo, administrava a corrida.
Emerson, muito rápido, tentava descontar.
Em poucas voltas a diferença para Lauda caia para 20 segundos.
Faltavam 25 voltas para o final da corrida, quando Scheckter ultrapassou José Carlos Pace.
Mais duas voltas e Scheckter errou, raspou o muro com o pneu, ocasionando a perda de pressão.
Foi para os boxes trocá-lo e perdeu a possibilidade de uma boa classificação.
Emerson Fittipaldi, com a pista limpa, começou a diminuir a diferença.
A quinze voltas, a vantagem de Lauda era de 14 segundos.
Lauda administrava a liderança.
Emerson pisava fundo.
A diferença caiu para 8 segundos.
Faltavam 6 voltas.
Tudo fazia crer que a corrida teria um final eletrizante.
Faltavam 2 voltas para o final.
Emerson já via a traseira da Ferrari de Lauda.
Quatro segundos separavam os dois carros.
Nesse momento o diretor da prova deu sinal de uma volta para o final.
O tempo limite de 2 horas de corrida se esgotava.
Lauda, fazendo uma corrida perfeita, cruzou a linha de chegada com dois segundos de diferença para Emerson Fittipaldi.
José Carlos Pace conduziu a sua Brabham com muita classe.
Ele obteve um ótimo terceiro lugar.
Mais uma vez, para alegria geral, dois brasileiros chegaram entre os três primeiros colocados.
Claudio Medaglia
Campinas, 08 de novembro de 2001
