GRANDE PREMIO DA ESPANHA DE 1976


Jarama, 2 de maio de 1976


A quarta etapa do campeonato de 1976 apresentou uma grande e histórica novidade.

A Tyrrell 34, projeto revolucionário de Derek Gardner, com suas seis rodas, fez a sua estréia em corridas.


Só o carro de Patrick Depailler ficou pronto.

Jody Scheckter correu com o antigo Tyrrell 007.

Nos treino, James Hunt obteve a pole position, conduzindo o McLaren M26, cada vez mais estável e competitivo.

Dava raiva ver Emerson Fittipaldi penar para obter um ridículo 19o lugar no grid, pilotando o Copersucar Fittipaldi FD04, enquanto James Hunt voava com o carro que deveria ser seu.

A equipe Copersucar Fittipaldi levou dois carros para Jarama.

Além do carro de Emerson, outro Copersucar foi colocado a disposição de Ingo Hoffmann, que não se classificou para a corrida.

Emerson enfrentou problemas com a bateria, com o fio terra, com os freios, com as molas e, para culminar, dois motores novinhos, recém entregues pela Cosworth, fundiram.

Tanta confusão na equipe brasileira fez surgir o boato da demissão de Jô Ramirez, o chefe de equipe.

Enquanto isso, Niki Lauda fez o segundo melhor tempo, pilotando a sua Ferrari.

Para a surpresa geral, Patrick Depailler ficou com o terceiro posto, calando os que diziam ser o novo Tyrrell apenas um golpe publicitário.

Chegou o domingo e, com ele, a corrida.

Largaram.

Lauda, em largada magnífica, pulou na frente, seguido por James Hunt.


Niki Lauda, mais uma vez, honrava a fama de ótimo largador.

Patrick Depailler e Jochen Mass, com o outro McLaren acompanhavam de perto.

Os quatro andaram praticamente colados durante as primeiras voltas.

A corria seguia sem grandes novidades até a volta 32, quando Niki Lauda, sofrendo as dores de duas costelas quebradas, cedeu o primeiro lugar.

Duas voltas depois, também não resistiu a Jochen Mass.

Gunnar Nilsson, fazendo uma corrida consistente, proporcionou uma boa briga com Carlos Reutemann, Chris Amon e Jose Carlos Pace.

O sueco era uma grande promessa.


Sua corrida foi extraordinária para a Lótus, depois de tantos insucessos nas últimas corridas.

James Hunt, enquanto isso, liderava tranqüilo.

Depailler rodou, bateu nas telas de proteção e abandonou.

Foi, entretanto, uma belíssima esteia.

Jochen Mass, até então fazendo grande corrida, abandonou.

James Hunt continuava liderando com boa vantagem para Lauda, o segundo colocado.

A equipe Martini Brabham apresentou um desempenho qualificado.

O Brabham BT 45 estava melhorando, o que permitiu a Carlos Reutemann obter uma bela classificação na prova.

Jose Carlos Pace é o maior responsável por este progresso.

Era ele quem treinava e aprimorava o Brabham. Estava demonstrando suas qualidades de grande acertador de carros.

A corrida estava chegando ao fim.

James Hunt venceu.

Recebeu o troféu das mãos do Rei da Espanha.

Foi para o Hotel e comemorou.

A noite, recebeu a notícia de que seu carro tinha sido desclassificado.

O McLaren tinha 1,8 cm a mais na largura.


Com a desclassificação de Hunt, o vencedor oficial da corrida foi Niki Lauda.

Gunnar Nilsson, com seu Lótus 77, foi o segundo.

Carlos Reutemann foi o terceiro.



Campinas, 27 de fevereiro de 2001


Cláudio Medaglia





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