A temporada de 1980
apresentava algumas novidades.
Niki Lauda confirmou a
aposentadoria.
Nelson
Piquet assumiu a condição de primeiro piloto da
Brabham, o que provocou aplausos do Campeão Mundial Jody
Scheckter, que vislumbrava um grande futuro para o brasileiro na
Fórmula 1.
A equipe
Fittipaldi, no final de 1979, adquiriu a Wolf em transação
do tipo porteira fechada ( incluindo tudo o que está dentro
da fazenda ), tendo direito aos carros , motores, técnicos e,
principalmente, o projetista Harvey Postlethwaite.
O primeiro resultado da
incorporação foi a construção do
Fittipaldi F7, um projeto de Ricardo Divila e Harvey Postlethwaite.
Para ser o companheiro
de Emerson, a equipe contava com o jovem e promissor Keke Rosberg.
Historicamente
importante, fazendo a sua estréia na fórmula 1, o
Grande Prêmio da Argentina foi testemunha da presença
do francês Alain Prost, ao volante de um McLaren.
Os treinos.
Foi utilizado o
circuito número 15 do autódromo de Buenos Aires.
Preocupados com as
inúmeras reclamações, os argentinos resolveram
recapear alguns pontos ondulados.
O resultado foi
péssimo, pois na Curva Umbu o asfalto estava soltando
pedaços, provocando inúmeros acidentes e rodadas
perigosas.
Confirmando
as previsões, Alan Jones, com o ótimo Williams FW07,
conquistou a pole position. Seu companheiro de equipe, Carlos
Reutemann, correndo em casa, foi uma decepção para a
torcida local. O argentino ficou com a 10a posição
no grid de largada.
Todos os
anos, confirmando uma tradição, a equipe Ligier inicia
a temporada a todo o vapor. Em 1980 não poderia ser
diferente. Jacques Laffite e Didier Pironi classificaram-se em 2o
e 3o lugar nos treinos para o Grande Prêmio da
Argentina.
Nelson
Piquet conquistou uma ótima quarta posição no
grid de largada., contrastando com a sofrível 16a
posição do seu companheiro Ricardo Zunino.
Colin
Chapman inscreveu dois modelos Lotus 81 para seus pilotos, o
experiente Mário Andretti e o novato Elio de Angelis.
Para
surpresa geral, De Angelis conseguiu a 5a posição
no grid, imediatamente a frente de Andretti.
Discreta.
Era o melhor adjetivo para qualificar a apresentação
da Ferrari nos treinos da prova inaugural de 1980. Gilles Villeneuve
fez 0 8o melhor tempo, enquanto o campeão Jody
Scheckter conseguia apenas a 11a posição na
largada.
A Renault,
calcada com pneus Michelin, não conseguiu encontrar o melhor
acerto para a pista argentina. Jabouille foi o 9o e
Arnoux o 19o colocado.
O McLaren
M29B não era um grande carro. John Watson sofreu bastante
para classificar o seu carro em 17o lugar no grid. O
estreante Alain Prost foi um segundo mais rápido que o
irlandês e obteve o 12o posto. Os olhos da fórmula
1 começaram a notar aquele francês pequeno e narigudo.
Emerson
sofreu para classificar seu Fittipaldi F7 na última posição
do grid, enquanto seu companheiro recém contratado, Keke
Rosberg, obtinha a 13a posição. A diferença
de desempenho, mais de 3 segundos, evidenciava o talento promissor
de Rosberg e o cansaço de Emerson.
Quatro
pilotos não conseguiram qualificação (
largaram 24 carros ). Dave Kennedy e Stefan Johanson ( Shadow ), Jam
Lemmers ( ATS ) e Eddie Cheever ( Osela ).
A Corrida.
Domingo ensolarado.
Muito quente.
Largaram.
Alan
Jones foi mais rápido na largada e chegou em primeiro no
final da reta.
Laffite, o
segundo colocado, foi logo ultrapassado por Piquet. O brasileiro
tinha feito uma largada excepcional, pulando de 4o para o
2o lugar antes de completar a primeira volta.
Na segunda
passagem, Didier Pironi abandonou a prova, com o motor da Ligier
quebrado.
A equipe
Renault decepcionava. Jean Pierre Jabouille e Rene Arnoux
abandonaram a corrida na segunda volta. Jabouille ficou sem
embreagem e Arnoux bateu na curva da Horquilla.
Quinta volta. Jones
voava na pista e abria 6 segundos de vantagem para Nelson Piquet.
Em terceiro, Laffite
vinha fazendo boa corrida, encostando em Piquet nas curvas e
perdendo contato com o brasileiro nas retas.
Sexta
volta. John Watson abandonou a corrida com problemas no câmbio
da sua McLaren.
Na volta seguinte, Elio
de Angelis rodou e bateu a sua Lotus na curva da Horquilla.
Laffite,
depois de várias tentativas, consegue, na 9a
volta, ultrapassar Nelson Piquet. O piloto da Ligier número
26 assumia a segunda colocação na corrida e partia em
perseguição a Alan Jones.
10a
volta. Alan Jones liderava, com folgados 12 segundos de vantagem.
Laffite era o segundo.
Piquet, o terceiro.
Em quarto lugar vinha o
argentino Carlos Reutemann.
Em franca
recuperação, as Ferrari de Villeneuve e Scheckter
andavam em quinto e sexto, respectivamente.
Keke
Rosberg confirmava o bom treino e ocupava a sétima colocação.
Emerson
vinha recuperando posições e andava em 12o
lugar.
Na volta
seguinte, Emerson Fittipaldi entra nos boxes e troca a bateria do
F7. Voltou a pista, muito tempo depois, em último lugar.
Os
argentinos ficaram frustrados quando viram, após rodar na
gincana com problemas de suspensão e motor, CarlosReutemann
abandonar a corrida. El Lolle nunca venceu na Argentina.
Muita
emoção na volta 17. Alan Jones foi, inesperadamente,
para os boxes. A temperatura do motor estava muito alta. Uma rápida
olhada e um dos mecânicos retirou um pedaço de
plástico, jogado pela torcida, que impedia a passagem de ar
para o radiador de água do lado esquerdo. Problema resolvido.
Jones retornou em quarto lugar, 10 segundos atrás do líder
Jacques Laffite.
Piquet era o segundo.
Villeneuve corria
em terceiro lugar, perto do brasileiro.
Alan Jones
voltou a andar forte e, na volta 25, ultrapassou Villeneuve,
assumindo a terceira colocação.
Duas voltas depois, com
muita facilidade, Jones ultrapassou Piquet.
30a
volta. Alan Jones reassumiu a liderança da corrida ao
ultrapassar Laffite.
Uma volta depois, a
Ligier deixaria Laffite a pé. O motor quebrou.
Gilles
Villeneuve tentou, durante várias voltas, ultrapassar Nelson
Piquet. A Brabham BT49 não se comportava bem nas curvas e
Villeneuve estava muito perto. A ultrapassagem era iminente. Poucas
voltas depois, ultrapassou Piquet e assumiu a segunda colocação.
Volta 35. Alan Jones
liderava com dez segundos de vantagem sobre Villeneuve.
Nelson Piquet
estava em terceiro lugar.
Uma volta depois,
Gilles Villeneuve erra, bate forte na curva do tobogă e joga fora um
precioso segundo lugar.
Volta 44. Os líderes
da corrida eram: Jones, Piquet e Scheckter.
Jody
Scheckter, discretíssimo, vinha correndo com quinze segundos
de atraso para Piquet, quando abandonou a corrida por quebra no
motor Ferrari.
Foi um
ótimo início de temporada para Alan Jones.
O
australiano fez a tradicional tripleta, conquistando a vitória,
a pole e a melhor volta da corrida.
Seu
carro esteve impecável durante todo o final de semana.
Nelson
Piquet, levando em consideração a cristalina
superioridade dos Williams, não tinha do que reclamar. O
segundo lugar foi conquistado depois de uma corrida perfeita.
Graças
as inúmeras quebras e também a um ótimo
desempenho, Keke Rosberg conseguiu levar o Fittipaldi F7 a um
importante terceiro lugar.
Derek Daly foi bastante
regular e levou o Tyrrell 009 ao quarto lugar.
A nova
Alfa Romeo 179 apresentou qualidades e foi bem conduzida por Bruno
Giacomelli. O piloto e a equipe italiana comemoraram o quinto lugar.
Por fim,
foi digno de nota o desempenho do novato Alain Prost. Na sua
primeira corrida na F1, Prost sempre andou na frente do seu
companheiro de equipe, tanto nos treinos quanto na corrida. E, com o
sexto lugar na prova, conquistou seu primeiro ponto.
O
Grande Prêmio da Argentina de 1980 terminou assim: