O atual campeão
mundial, Jody Scheckter, anunciou a sua retirada das pistas ao final
da temporada.
Scheckter, que poderia
anunciar a sua aposentadoria somente em outubro, preferiu fazê-lo
na metade do campeonato, dando tempo a Ferrari para encontrar um
substituto.
Os péssimos
resultados obtidos e a falta de competitividade da Ferrari durante a
temporada de 1980, certamente contribuíram para a sua
decisão.
Enquanto isso, a Equipe
Fittipaldi vivia dias de angústia e esperança.
A cervejaria que
patrocinava a equipe deixou vazar a informação de que
o contrato não seria renovado caso os resultados não
apresentassem melhoras.
Pressionado, Emerson
resolveu antecipar a estréia do Fittipaldi F 8.
Foi uma decisão
precipitada.
O carro ainda precisava
de uns dois ou três meses de testes.
Além de tudo, o
F 7 não era um mau projeto,
Com um pouco mais de
desenvolvimento ele poderia se tornar um bom carro.
O projetista do novo
modelo era Harvey Postlethwaith.
Fazia parte da equipe
de técnicos e engenheiros do Time Fittipaldi um estagiário
chamado Adrian Newey.
Os treinos.
Como sempre, os Ligier
foram os melhores.
Didier Pironi fez um
tempo extraordinário e mereceu a pole position.
Jacques Laffite ficou
com o segundo tempo.
Como sempre, os
Williams formaram a segunda fila.
Alan Jones conquistou o
terceiro tempo, enquanto Carlos Reutemann fazia a quarta melhor
volta do treino.
Nelson
Piquet arrancou tudo o que podia do seu Brabham e conseguiu o 5o
lugar na largada.
O outro
carro da equipe, pilotado por Hector Rebaque, que tinha substituído
o fraco Ricardo Zunino, ficou com o 17o tempo.
Decepção
era a palavra adequada para definir o estado de espírito das
equipes calcadas com pneus Michelin.
Renault e Ferrari
arrastavam-se na pista e foram conduzidas para as últimas
filas no grid de largada.
Pela
Renault, Jean Pierre Jabouille classificou-se em 13o
lugar e Rene Arnoux e, 16o.
Pela
Ferrari, Villeneuve ( 19o ) e Scheckter ( 23o
).
Emerson recebeu o
novíssimo F 8 sem nenhum treino, ajuste ou acerto.
A beleza das linhas do
Fittipaldi F 8 foi muito apreciada e originou vários
comentários nos boxes de todas as equipes.
O carro foi montado na
fábrica na fábrica e levado para a pista.
Era inevitável
um péssimo desempenho.
Emerson
largaria na 22a posição.
Keke Rosberg, ainda com
o F 7, não conseguiu qualificar-se para a corrida.
O final do treino foi
marcado pelo violentíssimo acidente de Rene Arnoux na Curva
Druids.
Os bombeiros tiveram
muito trabalho para retirar o piloto das ferragens da destruída
Renault.
Milagrosamente, Arnoux
nada sofreu.
A corrida.
Domingo. Dia nublado.
Remota possibilidade de chuva.
Largaram.
Didier Pironi disparou
na frente.
Dirigindo como um
alucinado, ele abriu quase 3 segundos para Jacques Laffite, em
apenas duas voltas.
Em terceiro, vinha Alan
Jones.
Piquet era o quarto.
Reutemann vinha em
quinto.
As duas posições
seguintes eram ocupadas pelas Alfa Romeo de Patrick Depailler e
Bruno Giacomelli.
Emerson Fittipaldi
estava, depois da largada, em último lugar, tentando conhecer
as reações de um carro recém nascido.
Folgado na liderança,
Pironi continuou pilotando agressivamente.
Sua diferença
para Laffite aumentava a cada volta.
O primeiro abandono da
prova foi da Renault de Jabouille.
Já estava
virando tradição.
Pironi liderou a
corrida durante 18 voltas, durante as quais vários recordes
de velocidade foram batidos.
De repente, um dos
pneus da Ligier de Pironi começou a esvaziar.
Pironi foi para os
boxes.
Trocou os pneus e
voltou para a corrida em último lugar.
O novo líder era
Jacques Laffite.
A Ligier número
26 tinha mais de dez segundos de vantagem sobre Jones e Piquet, que
andavam juntos.
Logo após, foi a
vez de Bruno Giacomelli entrar nos boxes para trocar um pneu furado.
Patrick Depailler teve
problemas com a outra Alfa Romeo e abandonou a corrida.
Jacques
Laffite liderou até a 27a volta, quando começou
a sentir os sintomas de um pneu furado.
Ele tinha confortáveis
16 segundos de vantagem para Alan Jones.
O francês
sinalizou para os boxes avisando que pararia na volta seguinte.
Para surpresa geral,
ele não parou.
Ninguém
entendeu.
Com o pneu cada vez
mais vazio, Laffite perdeu o controle do carro e saiu violentamente
da pista.
Fim de corrida para
ele.
Alan Jones era o novo
líder.
Nelson Piquet, em
segundo, não conseguia acompanhar o ritmo de Jones.
Por sua vez, Carlos
Reutemann, o terceiro colocado, também não mostrava
disposição para encostar em Piquet.
Assim, os três
primeiros colocados, bastante espaçados entre si, levavam a
corrida para o final.
Eles estavam
satisfeitos com as posições alcançadas.
Didier Pironi, que
fazia espetacular corrida de recuperação, teve mais um
pneu furado e abandonou a corrida quando já estava em quinto
lugar.
A Tyrrell 010 estava se
mostrando como um carro rápido e extremamente resistente.
Um dos pilotos do time
inglês, Derek Daly, na sua melhor performance da temporada,
chegou em quarto lugar.
O outro piloto,
Jean-Pierre Jarier, cruzou a linha de chegada em quinto.
Alain Prost também
teve problemas com pneu furado.
Mesmo
assim, com bastante combatividade, chegou em ótimo 6o
lugar.
Emerson Fittipaldi
chegou ao final da corrida.
Ele cruzou
a linha de chegada em 12o lugar.
Para Emerson foi muito
importante terminar a corrida sem enfrentar nenhum problema sério
no novo carro.
Ele chegou a declarar
que o F8 andava mais que o F7.
O Grande Prêmio
da Inglaterra terminou com a segunda vitória consecutiva de
Alan Jones.
O piloto da Williams
firmava-se na liderança do mundial de pilotos.
Seu principal
adversário passou a ser Nelson Piquet, o segundo colocado na
corrida e distante seis pontos na briga pelo campeonato.
No pódio, coube
a Nelson Piquet a honra de festejar com uma enorme garrafa de
Champanha.
Jones e Reutemann,
impedidos pelo patrocínio saudita, não podiam tocar na
tradicional bebida francesa.
As principais
colocações do GP da Inglaterra foram as seguintes: