GRANDE PRÊMIO DA AUSTRIA DE 1980


11a etapa

Zeltweg, 17 de agosto de 1980


O circo de fórmula 1 chegava a sua pista mais veloz.
Zeltweg era um circuito de altíssima velocidade, localizado em bela região de montanhas, a quase 800 metros de altitude.
Tais características, teoricamente, favoreciam os carros da Renault, equipados com motor turbo.

Os treinos.
Já no primeiro dia, Rene Arnoux batia o recorde do circuito.
A outra Renault, pilotada por Jabouille, obteve o segundo tempo.
Nelson Piquet destruiu o seu carro ao bater, violentamente, na curva Bosch.
O carro reserva, conforme palavras de Piquet, era muito ruim e estava cheio de problemas.
Brindados com uma temperatura amena no Sábado, os austríacos puderam ver os carros pulverizar os cronômetros.
Rene Arnoux melhorou o seu tempo e conquistou a pole position.
Jean-Pierre Jabouille ficou ao seu lado no grid de largada.
Deu Williams na segunda fila, com Jones e Reutemann.
E a terceira fila era composta por Laffite e Pironi, os dois pilotos da Ligier.
Nelson Piquet conseguiu a sétima posição no grid de largada.
A sua Brabham estava com um problema de alimentação de combustível.
Hector Rebaque fez um ótimo treino, conseguindo o 10o melhor tempo.
Foi agradável ver a equipe Lotus, com três carros inscritos, conseguir um bom nono lugar no grid.
Elio de Angelis foi o mais rápido.
Mário Andretti ficou com 0 17o tempo.
O jovem Mansell, nervoso, classificou-se em último lugar.
Carlo Chitti, o chefe da Equipe Alfa Romeo, continua colocando apenas um carro na pista.
Desde a morte de Patrick Depailler, somente Bruno Giacomelli pilota para a equipe.
Nos treinos, Giacomelli fez o 8o tempo.
Keke Rosberg continuava a mandar bala.
Ele classificou o Fittipaldi F8 em 11o lugar.
Era a segunda corrida seguida a contemplar uma apresentação convincente do finlandês.
Já Emerson, não foi muito feliz.
Com forte dor de ouvido, o brasileiro classificou-se em 23o lugar.
A Ferrari continuava pagando o preço de um projeto equivocado, agravado pela inferioridade dos pneus Michelin.
Gilles Villeneuve fez o 15o melhor tempo, enquanto Jody Scheckter era o 22o colocado no grid.

A corrida.
Domingo com remotas possibilidades de chuvas.
Largaram.
Alan Jones, como sempre, largou muito bem e assumiu a ponta.
Em segundo lugar, também fazendo extraordinária largada, vinha a Ligier de Didier Pironi.
A terceira posição por René Arnoux, seguido por Jabouille.
A Alfa Romeo de Bruno Giacomelli vinha muito bem, em quinto lugar.
Carlos Reutemann era o sexto.
Piquet mantinha a sétima colocação.
Jacques Laffite fez uma péssima largada e perdeu muitas posições.
Lá na frente, René Arnoux ultrapassou Didier Pironi e conquistou o segundo lugar.
Arnoux foi para cima de Alan Jones.
Didier Pironi perdia mais uma posição, agora para Jean-Pierre Jabouille.
Na terceira volta, René Arnoux capturava a liderança de Alan Jones.
A Renault estava aproveitando as características da pista.
Com sérios problemas de pneus, Didier Pironi foi ultrapassado, na mesma volta, por Giacomelli, Reutemann e Piquet.
A corrida chegava a quarta volta e, com ela, a ultrapassagem de Jabouille sobre Alan Jones.
Sendo assim, as duas Renault lideravam, seguidas pela Williams de Alan Jones.
Em quarto lugar, corria a cada vez melhor Alfa Romeo de Bruno Giacomelli.
O quinto era Carlos Reutemann e o sexto, Nelson Piquet.
Com uma performance consistente, Nelson Piquet ganhou a posição de Carlos Reutemann.
Algumas voltas depois, Piquet ultrapassou Giacomelli, por dentro, na Curva Rindt.
Foi uma manobra notável.
Piquet era o quarto colocado.
Paralelamente, algumas alterações aconteciam no pelotão intermediário.
Andretti, com a Lotus 81, abandonou a corrida.
Jacques Laffite ganhava três posições e aproximava-se do primeiro grupo.
Keke Rosberg fazia boa corrida pilotando o F8 em 11o lugar.
Muitos pilotos foram para os boxes trocar os pneus.
Alguns tiveram problemas na operação e perderam muito tempo.
Tiveram suas corridas comprometidas, pilotos como Didier Pironi, Keke Rosberg e, principalmente, o líder René Arnoux.
Lá na frente, Carlos Reutemann passou por Bruno Giacomelli e partiu para cima de Piquet.
Problemas na quarta marcha causaram uma diminuição no desempenho de Nelson Piquet.
A ultrapassagem de Reutemann era inevitável.
Foi sem nenhuma surpresa que Nelson Piquet viu Reutemann passar por ele.
A Brabham de número 5 não permitia a Nelson Piquet acompanhar o ritmo dos pilotos mais rápidos.
Um deles era Bruno Giacomelli.
A Alfa Romeo pilotada por Giacomelli, sem dificuldade, ultrapassou Piquet.
Chegamos a metade da corrida e as principais posições estavam assim distribuídas:
  1. Jean-Pierre Jabouille ( Renault )

  2. Alan Jones ( Williams )

  3. Carlos Reutemann ( Williams )

  4. Bruno Giacomelli ( Alfa Romeo )

  5. Nelson Piquet ( Brabham )

  6. Jacques Laffite ( Ligier )

  7. Elio de Angelis ( Lotus )

  8. Rene Arnoux ( Renault )

  9. Alain Prost ( McLaren )

  10. John Watson ( McLaren )

  11. Gilles Villeneuve ( Ferrari )
Quando a Alfa Romeo de Giacomelli saiu dos boxes após a troca de pneus, uma roda traseira saltou do carro, danificando a suspensão.
Fim de uma bonita corrida de Giacomelli.
Os três primeiros, Jabouille, Jones e Reutemann corriam tranqüilos, distantes uns dos outros.
Sentimento oposto era experimentado por Nelson Piquet.
Bravamente, o brasileiro lutava contra a caixa de câmbio da sua Brabham e as investidas de Jacques Laffite.
Seria importantíssimo conservar a quarta posição e manter as esperanças de lutar pelo título.
Ainda restavam 15 voltas para o final da corrida quando, finalmente, Jacques Laffite ultrapassou Piquet e assumiu a quarta colocação.
Todas as atenções, com a aproximação do final do Grande Prêmio estavam voltadas para Jean-Pierre Jabouille.
O piloto da Renault venceria a sua primeira corrida na temporada?
O motor turbo agüentaria até o final?
E os problemáticos pneus Michelin?
Todos os temores pareciam procedentes quando, faltando dez voltas para o fim, Alan Jones começou a diminuir a diferença.
Jabouille estava perdendo, em média, um segundo por volta.
Mais uma vez os pneus Michelin estavam em frangalhos.
Jabouille diminuía o ritmo por perda de aderência e para poupar o que restava dos pneus.
Faltando três voltas para o final da corrida, a diferença para Jones era de 3 segundos.
Jean-Pierre Jabouille arriscou tudo e acelerou.
Foi o suficiente para manter Jones a uma distância segura.
Na última volta Jabouille conseguiu até aumentar a diferença.
Fim do azar.
Jean-Pierre Jabouille venceu a sua primeira corrida na temporada de 1980 e a segunda de sua carreira.
Alan Jones foi o segundo colocado.
Carlos Reutemann, o terceiro.
Em quarto lugar, Jacques Laffite.
Nelson Piquet terminou em quinto lugar.
Elio de Angelis foi o sexto.
Emerson Fittipaldi e Keke Rosberg conseguiram levar os F8 até o final da corrida.
Eles classificaram-se em 11o e 16o, respectivamente.
Depois do Grande Prêmio da Áustria, a classificação do Campeonato Mundial de Pilotos de 1980 ficou assim:
  1. Jones = 47 pontos
  2. Piquet = 36
  3. Reutemann = 30
  4. Laffite = 28
  5. Arnoux = 23
  6. Pironi = 23
  7. Jabouille = 9
  8. Patrese = 7
  9. De Angelis = 7
  10. Daly = 6
  11. Emerson = 5
  12. Rosberg = 4
  13. Mass = 4
  14. Prost = 4
  15. Jarier = 4
  16. Villeneuve = 4
  17. Giacomelli = 4

  18. Watson = 3

  19. Scheckter = 2


Campinas, 30 de setembro de 2003
Cláudio Medaglia
medaglia@globo.com








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