Todos concordavam
que Zandwoort, um circuito de alta velocidade, era uma pista
favorável aos motores turbinados da Renault.
Para contrabalançar,
o autódromo situado no nível do mar, permitia um novo
fôlego aos motores aspirados.
Nelson Piquet e Hector
Rebaque apresentaram uma nova configuração do Brabham
BT49, ligeiramente aumentado na distância entre eixos.
Com isso, Gordon Murray
conseguiu um deslocamento, para trás, do centro de pressão
aerodinâmica.
Todas essas
providências possibilitaram a substituição das
antigas rodas dianteiras de aro 15 por novas com aro 13, provocando
um melhor coeficiente aerodinâmico.
Outra grande novidade
foi a estréia do novo McLaren M30, projetado por Gordon
Coppuck.
Alain Prost, cada vez
mais respeitado na equipe, pilotaria o novo carro enquanto John
Watson ficaria com o velho M29B.
Carlo Chitti,
finalmente, contratou um piloto para ocupar o segundo carro da
Equipe Alfa Romeo.
Desde a morte de
Patrick Depailler a Alfa só competia com o carro de
Giacomelli.
Optou-se pela volta de
Vittorio Brambilla.
O Alfa Romeo 179 trazia
uma nova suspensão dianteira.
Por fim, a Michelin
trouxe novos pneus para Zandwoort.
Renault e Ferrari
depositavam muita confiança nos novos compostos franceses.
Os Treinos.
René Arnoux e
Jean Pierre Jabouille, os pilotos da Renault, ignoraram o nível
do mar e pulverizaram todos os cronômetros.
Com tempos
impressionantes, a Renault ocupou a primeira fila.
Arnoux foi o pole.
Duas Williams dividiam
a segunda fila.
Reutemann foi mais
rápido que Jones e cravou o terceiro tempo.
Em uma das tentativas
para melhorar a sua classificação, Alan Jones perdeu o
controle do carro e bateu forte.
O Williams ficou
destruído, obrigando o australiano correr com o carro
reserva.
Fazendo um bom treino,
Nelson Piquet classificou-se em quinto lugar.
Seu companheiro, Hector
Rebaque, colocava o outro Brabham na 13a posição.
Os dois pilotos estavam
satisfeitos com o carro.
A sexta posição
no grid de largada era ocupada pela Ligier de Jacques Laffite.
Surpreendentemente
Didier Pironi só conseguiu a 15a colocação.
Pironi demonstrava
muita irritação com o desempenho da Ligier.
Apresentando uma
discreta melhora, certamente provocada pelos novos pneus Michelin, a
Ferrari de Gilles Villeneuve marcou o 7o tempo do treino.
Jody Scheckter,
pensando na aposentadoria, ficou com um modesto 12o lugar
no grid.
Muitos problemas na
Equipe Fittipaldi.
Keke Rosberg bateu
forte, danificando bastante o seu carro.
Ele foi obrigado a
tentar a qualificação com o velho F7.
Não conseguiu.
Emerson Fittipaldi, com
problemas no sistema de freios do seu F8, classificou-se em 21o
lugar.
A Corrida.
Domingo. Tempo bom.
Pista seca.
Largaram.
Como sempre, Alan Jones
fez uma arrancada agressiva e chegou ao fim da reta lado a lado com
René Arnoux.
Mesmo estando por fora,
Jones retardou a freada e saiu da curva na liderança da
corrida.
Outro que fez uma
excelente largada foi Jacques Laffite, posicionando-se em terceiro
lugar.
Carlos Reutemann era o
quarto colocado.
Jean-Pierre Jabouille
estava em quinto lugar.
Em sexto, vinha Nelson
Piquet.
Depois dele, aparecia a
Alfa Romeo de Bruno Giacomelli, seguido por Villeneuve e Scheckter.
Para variar, o câmbio
do Brabham de Hector Rebaque quebrou, deixando o mexicano a pé,
ainda na primeira volta.
Alan Jones imprimia um
ritmo forte.
Na segunda volta, ao
sair da Curva Hunzerug, abriu demais, subiu na guia e danificou a
saia lateral do Williams.
O australiano parou no
box para reparar os danos.
Jones voltou a pista e
fez o resto da corrida duas voltas atrás dos primeiros
colocados.
René Arnoux era
o novo líder.
Em segundo, vinha a
Ligier de Jacques Laffite, andando muito forte e partindo para cima
de Arnoux.
Depois de várias
tentativas, o piloto da Ligier conseguiu passar pela Renault de René
Arnoux.
Jacques Laffite
liderava.
A torcida holandesa
vibrava.
Em poucas voltas a
corrida apresentou três líderes.
Enquanto isso, Nelson
Piquet ultrapassava Carlos Reutemann.
Com seu estilo
impetuoso, o canadense demonstrava que a Ferrari estava melhorando.
Nelson Piquet estava
gostando do rendimento do Brabham e resolveu atacar.
Em bonita manobra,
Piquet passou por Villeneuve e ocupou o quarto lugar na corrida.
Na volta seguinte Jean
Pierre Jabouille, com problemas na sua Renault, abandonou a corrida.
Nelson Piquet já
era o terceiro colocado.
Correndo entre os
últimos colocados, Emerson Fittipaldi enfrentava diversos
problemas no seu F8.
Já no início
da corrida, Emerson precisou parar nos boxes para apertar a
carenagem traseira.
O bicampeão
voltou para a pista com bastante atraso.
Logo em seguida o F8
passou a apresentar falhas no sistema de freios.
O carro estava muito
perigoso e Emerson resolveu abandonar.
Piquet corria muito
bem.
Ele diminuía a
distância para René Arnoux a olhos vistos.
Piquet encostou.
Arnoux não
pretendia entregar facilmente a segunda colocação.
A disputa ficou bonita.
Depois de algumas
tentativas Piquet ultrapassa Arnoux e assume o segundo lugar.
O alvo passou a ser
Jacques Laffite.
Impecável,
Nelson Piquet conseguia ser rápido e seguro.
Ele não
derrapava.
Não forçava
o carro.
Sua condução
era clássica.
Para azar de Laffite,
sua Ligier estava saindo um pouco de traseira.
Piquet percebeu.
Ele entrou na reta dos
boxes no vácuo da Ligier.
Percorreu toda a reta
grudado em Laffite.
No final dela, a Curva
Tarzan e a ultrapassagem.
Sensacional.
Nelson Piquet era o
líder do Grande Prêmio da Holanda.
O extraordinário
desempenho de Piquet não foi suficiente para apagar a notável
performance de Bruno Giacomelli.
Brilhante no papel de
ator coadjuvante, Giacomelli conquistou o quarto lugar ao
ultrapassar Villeneuve.
A Alfa Romeo rendia
muito bem.
Aproveitando o bom
momento, Giacomelli roubou a terceira posição de
Reutemann.
Atrevido, o italiano
partiu para cima de Jacques Laffite.
Quando estava se
preparando para tomar a segunda colocação, o que seria
um feito memorável, Giacomelli empolgou-se, rodou, saiu da
pista e abandonou a corrida.
Lá na frente,
Piquet liderava tranqüilo.
A corrida estava
chegando ao final, quando aconteceu o acidente mais sério da
prova.
Derek Daly, ao volante
do seu Tyrrell, perdeu o ponto de freada na Curva Tarzan.
A curva fica depois da
grande reta, sendo um ponto de redução brutal de
velocidade.
Os pilotos reduzem de
280 para 100 km/h.
Daly bateu
violentamente na pilha de pneus.
Com o choque, ele foi
catapultado para cima.
O Tyrrell decolou, deu
dois giros no ar e caiu, espatifando-se.
Derek Daly,
completamente tonto, saiu do carro e deitou-se na grama.
Por milagre, nada
sofreu.
Nelson Piquet
continuava a comandar a corrida.
Jacques Laffite
permanecia enfrentando problemas de estabilidade e perdia terreno
para René Arnoux.
Com facilidade, Arnoux
passou Laffite e conquistou o segundo lugar.
Beneficiados pelas
quebras, Jean-Pierre Jarier e Alain Prost terminaram em quinto e
sexto, respectivamente.
Piquet recebeu a
bandeira quadriculada.
Foi a sua segunda
vitória na fórmula 1.
Nelson Piquet diminuiu
a diferença que o separava do líder Alan Jones e
aumentava as suas chances de ser campeão da temporada.
Foi uma vitória
em grande estilo.
A corrida terminou
assim:
Piquet
Arnoux
Laffite
Reutemann
Jarier
Prost
O Campeonato,
depois do GP da Holanda, ficou assim: