CAMPEONATO MUNDIAL DE MARCAS


12 HORAS DE SEBRING – 1970



A tradicional prova americana foi a segunda etapa do Campeonato Mundial de Marcas de 1970.

A Ferrari, que não vencia uma prova válida pelo campeonato desde 1968, alinhou um modelo 512S para a dupla Mário Andretti – Arturo Merzário, e outro para Nino Vacarella – Ignácio Giunti.


A Porsche, apontada como favorita para vencer a prova, apresentou um modelo 917 para os pilotos Pedro Rodriguez e Leo Kinnunen.



Outro modelo 917 foi para a dupla Herrmann-Lins

Uma das atrações da prova era o Porsche 908 conduzido pela dupla norte-americana Peter Revson e Steve McQueen.

O ator Steve McQueen correu com o pé esquerdo engessado.

Ele enfrentava o dilema: pilotar ou atuar.



O estúdio cinematográfico que o mantinha sob contrato, pagava a ele 1 milhão de dólares por filme e movimentava-se para impedir a sua participação em corridas.

Stirling Moss, um dos seus professores, disse que McQueen possuía qualidades raras de um corredor.

Suas palavras foram:

-“Reflexos fora do normal, nervos frios, vista excelente e, principal característica, o prazer selvagem em sentir um carro de corrida”.

Steve McQueen detestava os carros americanos.

Grandes demais e com câmbio automático.

Preferia os europeus.

Teve um MG, um Austin Healey e um Porsche, o seu favorito.

A Alfa Romeo compareceu com seus P 33/3.



As duplas de pilotos eram, Piers Courage – Andrea de Adamich, Rolf Stommelen – Nani Galli e Masten Gregory – Antoine Henzemans.

A Matra, apresentando progressos, alinhou seus M 650.

Um para a dupla Jack Brabham – Jean Pierre Beltoise e outro para Henri Pescarolo – Johnny Servoz Gavin.

A corrida.

Largaram.

A Ferrari da dupla Mário Andretti – Arturo Merzário assumiu a primeira colocação.

Em segundo lugar, vinha o Porsche de Pedro Rodriguez – Leo Kinnunen.

O terceiro posto era ocupado pelo Porsche 908 conduzido pela dupla Peter Revson – Steve McQueen.

Em quarto lugar, apresentava-se a Ferrari de Nino Vacarella – Ignácio Giunti.


E assim, na mesma ordem de classificação, permaneceram durante sete horas.


Foi quando a Ferrari número 19, pilotada pôr Andretti e Merzário, apresentou problemas no câmbio, abandonando a corrida.

A Ferrari mandou Mário Andretti pilotar a outra Ferrari.

O regulamento, pôr incrível que pareça, permitia a troca de pilotos durante a prova.

A liderança passou a ser do Porsche 917 da dupla Rodriguez – Kinnunen.

Em segundo lugar, com ótimo desempenho, vinha a dupla Revson – McQueen, com o Porsche 908.



Steve McQueen, mesmo com o pé engessado, mantinha um ritmo forte de corrida.

E, em terceiro, a Ferrari 512S, agora com o trio Vacarella – Giunti – Andretti.

Mário Andretti assumiu o volante e sentou a botina.

Ele voava na pista, fazendo uma corrida extraordinária.

Andretti só precisou de meia hora para alcançar o Porsche de Revson – McQueen.

A ultrapassagem foi inevitável.

Mário Andretti, fazendo uma das melhores corridas da sua vida, assumia o segundo lugar.

A corrida estava chegando ao final, quando, inesperadamente, o Porsche 917 que liderava, apresentou problemas no motor e abandonou.

Mário Andretti era o líder.

Revson – McQueen estavam em segundo, na mesma volta do líder.


Em terceiro, fazendo uma prova sólida e consistente, encontramos uma Alfa Romeo.


O modelo T 33/3 conduzido pela dupla Gregory – Henzemans estava correspondendo a expectativa da equipe italiana.

As surpresas não paravam de acontecer.

Na volta final, Mário Andretti parou nos boxes para colocar um pouco de gasolina.

Steve McQueen, na mesma volta, estava chegando nele.

Andretti sai dos boxes, ainda líder, a tempo de impedir a aproximação de Steve McQueen.

Mário Andretti foi o grande vencedor de uma corrida inesquecível.




Os primeiros colocados foram:

  1. Andretti – Vacarella – Giunti ( Ferrari 512S )

  2. Revson – McQueen ( Porsche 908 )

  3. Gregory – Henzemans ( Alfa Romeo T33/3 )


O Campeonato Mundial de Marcas ficou assim:

  1. Porsche – 15 pontos

  2. Ferrari – 13 pontos

  3. Alfa Romeo – 4 pontos

  4. Matra – 3 pontos



Campinas, 8 de dezembro de 2001


Claudio Medaglia


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